Deserts and life

Para se falar dos Desertos e da vida. Da Natureza e dos animais, Das culturas e dos pensamentos To Speack about the Deserts and life. Nature and animals. Cultures and thoughts

Wednesday, May 03, 2006

PERDA

Alguém que convive comigo quase todos os dias há muitos anos, sofreu um destes dias uma perda profunda na sua vida. Com ele quero partilhar um Poema de um Poeta que gosto muito: Kahlil Gibran. Do seu Livro Lágrimas e Risos escolhi o Poema "A BELEZA DA MORTE" Parte Um - O Chamamento

Deixem-me dormir, porque a minha alma está intoxicada com amor, e
Deixem-me descansar, porque o meu espírito já teve a sua dádiva de dias e noites;
Acendam as velas e queimem o incenso à volta da minha cama, e
Espalhem Pétalas de jasmim e rosas sobre o meu corpo;
Perfumem o meu cabelo com olíbano e salpiquem os meus pés com perfume,
E Leiam o que a mão da Morte escreveu na minha testa.

Deixem-me descansar nos braços do sono, porque os meus olhos abertos estão cansados;
Deixem a lira das cordas prateadas estremecer e acalmar o meu espírito;
Teçam da harpa e de Alaúde um véu à volta do meu coração que definha.
Cantem o passado enquanto observam o amanhecer da esperança nos meus olhos, porque
O seu significado mágico é uma cama macia sobre o qual o meu coração descansa.

Sequem as vossas lágrimas, meus amigos, e levantem as vossas cabeças como as flores
Levantem as coroas para saudar o amanhecer .
Olhem para a noiva da Morte em pé como uma coluna de luz
Entre a minha cama e o infinito;
Sustenham a respitração e oiçam comigo o sussuro do movimento das
Suas asas brancas,

Aproximem-se e digam-me adeus; toquem nos meus olhos com lábios sorridentes.
Deixem as crianças pegar nas minhas mãos com dedos macios e rosados;
Deixem os idosos colocar as suas mãos com veias salientes sobre a minha cabeça e abençoarem-me
Deixem as virgens aproximarem-se e verem a sombra de Deus nos meus olhos;

E oiçam o eco da sua vontade competir com o meu fôlego.


Amigo, mesmo no auge da tristeza olha em teu redor... e verás que não estás só

Por muito que deambules pelos desertos da Alma,,, por trás da Duna , na miragem que se depara no horizonte acabas sempre por encontrar um Oásis perdido,,,, que te mostra a renovação da Vida.... Se chegares lá é porque transposeste a agrura, o sofrimento, a dor,,,, Estás vivo, estás aqui,,,,
Depende só de nós, de ti!

Sei que vais chegar ao teu Oásis

CB




2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Querido Paulo,

Nada dói mais que a perda de alguém que Amamos... são momentos em que perdemos o Norte e em que tudo deixa de fazer sentido.
Um pai é como um forte, como um manto protector, como uma muralha que nos protege de tudo aquilo com que a vida nos possa ameaçar...
Já passei por perdas profundas e dolorosas e sei como nos sentimos nesses momentos... Mas devemos sempre pensar que a vida não acaba... Antes renasce num outro sítio! Quem se Ama não parte nunca! Passa sim a existir dentro de nós e assim viverá para sempre...
Um beijinho muito grande e um abraço cheio de força e ânimo.

Filipa

Thursday, May 04, 2006  
Anonymous Anonymous said...

Quando tive o enfarte houve um acontecimento que mudou radicalmente o meu pensamento em relação á morte.
Ao que parece eu quase morri duas vezes, foi momentâneo, mas muito marcante porque o que eu senti nunca mais o vou esquecer.
Eu estava nos cuidados intensivos cheio de médicos e enfermeiras á minha volta, quando fui puxado(foi como se eu me tivesse metido pela cama dentro) por uma força ou outra coisa qualquer não sei explicar.
Lembro - me de passar em algo que parecia um túnel, a uma velocidade invrível e de repente parar. Fiquei num sitio em que tinha a sensação de estar a flutuar , era muito estranho porque eu não estava em lado nenhum , mas ao mesmo tempo estava em todo lado.
O que mais me marcou foi a paz e bem estar que eu senti naquela altura foi uma coisa indescritível , estava com uma serenidade de espirito que eu nunca tinha sentido. Não tive noção do tempo.
Comecei a ouvir o meu nome muito longe , depois um pouco mais alto. Entrei novamente no túnel àquela velocidade invrível e foi como se tivesse saído de dentro da cama e ficado em cima dela de repente. Olhei em volta e vi os médicos e enfermeiras , todos a gritar o meu nome numa grande azafama.
O facto de ter vivido esta experiência tem em parte ajudado a superar e a encarar a morte do meu pai de uma maneira diferente, porque eu quero pensar que ele também sentiu aquilo que eu senti e se assim foi, ele deve ter tido um momento de uma paz total.
Não sei se depois dessa paz há mais alguma coisa... eu gostava que houvesse.

PN

Thursday, May 11, 2006  

Post a Comment

<< Home